
Tanto os senadores (na sabatina de Alexandre de Moraes) como os próprios ministros do STF deveriam exigir do indicado a ministro do STF as devidas explicações sobre plágio (Folha, 9/2/17). Publicamente a sociedade civil tem direito de ser esclarecida sobre o assunto.
Em pouco menos que duas semanas o governo Temer:
(1) deu foro privilegiado para Moreira Franco (dia 3/2/17), três dias depois da homologação das delações da Odebrecht;
(2) nomeou um seu auxiliar para Ministro do STF (apesar dos vínculos partidários); agora é acusado de plágio;
(3) apoiou o novo presidente do Senado (Eunício de Oliveira), cujo nome aparece nas delações;
(4) apoiou a reeleição de Rodrigo Maia (presidente da Câmara), que aparecia nas delações e agora é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro;
(5) emplacou Edson Lobão como presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (a principal da Casa).
Nitidamente o governo Temer está se blindando por todos os lados. Enquanto não sai o “estancamento da sangria” (Jucá), toda blindagem possível se faz necessária para garantir o máximo de impunidade possível para o sistema político-empresarial comprovadamente corrupto (conforme comprovações da Lava Jato). O triplo gozo dos ladrões é: roubar, desfrutar do roubado e não ser castigado.
O padrão ético que se vê em outros países mais exigentes e mais evoluídos é bem diferente. Conforme sobe a educação do povo, mais transparência ele cobra e mais exigências éticas são reivindicadas dos governantes. Vejamos alguns exemplos:
Alemanha
Na Alemanha há um temido “caçador de plágio” que investiga políticos, chamado Martin Heidingsfelder. Martin criou uma plataforma para descobrir esses plágios e expô-los.
Ministro da Defesa, o barão Karl-Theodor von Güttenberg, teve que renunciar ao cargo. Perdeu o título de Doutor e emigrou para os EUA.
Ministra da Educação Annette Schavan, teve que renunciar e perdeu o título de Doutora.
Perderam os títulos acadêmicos: a política Silvana Koch-Mehrin, deputada do Partido Liberal no Parlamento Europeu, o liberal Jorgos Chatzmarkakis e a social-democrata Margarete Mathioupoulos.
Outros políticos, como o presidente do parlamento europeu Norbert Lammert e a ministra da Defesa Ursula von der Leyen também foram acusados de plágio. Ursula perdeu seu título.
Fontes: https://www.timeshighereducation.com/features/a-plague-of-plagiarism-at-the-heart-of-politics/2003781.article, http://www.bbc.com/news/world-europe-21395102 , http://www.bbc.com/news/world-europe-34376563
Hungria:
O presidente da Hungria Pal Schmitt renunciou e desistiu do título de Doutor após 2 anos de acusações de plágio em sua tese.
Fonte: http://www.nytimes.com/2012/04/03/world/europe/hungarian-president-pal-schmitt-resigns-amid-plagiarism-scandal.html
Romênia:
O Primeiro-ministro romeno Victor Ponta foi acusado de plagiar sua tese de doutorado e desistiu do título.
Fonte: http://edition.cnn.com/2016/07/19/politics/politicians-plagiarism/
EUA:
Timothy Goeglein: O oficial sênior da Casa Branca renunciou depois de ter admitido a cópia de grandes seções de um ensaio que escreveu para um jornal em Fort Wayne, Indiana.
Senador Jhon Walsh, em 2014, foi forçado a desistir de sua campanha de reeleição após ele ser acusado de ter plagiado sua tese de mestrado.
Fonte: http://edition.cnn.com/2016/07/19/politics/politicians-plagiarism/
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Assista Também ao meu vídeo: Pela segunda vez justiça suspende Moreira Franco.
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