O Brasil possui o maior potencial hídrico da Terra. Por si só o fato é motivo para se comemorar, mas não podemos deixar de lamentar o descaso total com nossos rios. Como exemplos podemos citar a morte dos rios Doce e Paraopeba, vítimas de graves crimes ambientais, ou o um bilhão de litros de chorume despejados na Baía de Guanabara todo ano – denúncia Movimento Baía Viva.
Após o genocídio de Brumadinho – com 210 mortes e 99 desaparecidos até o momento, além de 112 hectares de florestas nativas devastadas pelos rejeitos de minério – o nível de cobre no Paraopeba chega a até 600 vezes acima do permitido a rios usados para abastecimento humano. A lama contaminada já chegou também ao Rio São Francisco.
No Estado de São Paulo o rio menos poluído é o Paranapanema, ameaçado pelas atividades de hidrelétricas. Relatório do Ministério de Minas e Energia aponta risco médio quanto a rupturas na barragem de Paranapanema, em Piraju. A Defesa Civil da cidade afirma estar elaborando plano de ação caso algum problema aconteça.
Outro ponto de reflexão é que em pleno século XXI ainda não garantimos que todos os brasileiros tenham acesso a saneamento básico e água potável em suas casas. Estudos da Organização das Nações Unidas apontam que “a cada 20 segundos, uma criança morre de doenças diarreicas, em grande parte evitáveis com higiene adequada”.
Precisamos atender de maneira justa às necessidades daqueles que mais precisam e cuidar de maneira adequada dos nossos recursos naturais, afinal o acesso à água é direito fundamental do ser humano.
Aproveito a oportunidade para parabenizar e desejar boa sorte ao colega Rodrigo Agostinho, novo presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Tenho certeza que o colegiado está em boas mãos!
Viva o Dia Mundial da Água!
LUIZ FLÁVIO GOMES, Deputado Federal Contra a Corrupção.