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Acervo - Blog Luiz Flávio Gomes

Nova previdência sim, mas sem o assassinato massivo dos velhinhos.

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A nova ordem mundial, regida pelo capitalismo financeiro global, segue fielmente as palavras de Mateus (25:29): “Porque a todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado”.

A questão de quem mais tem e de quem menos tem é relativa. Tudo depende do ponto referencial. Do velhinho pobre e miserável, que hoje recebe um salário mínimo a partir dos 65 anos, “até aquilo que tem ser-lhe-á tirado”. Uma aberração, mas isso é que foi proposto. No Parlamento há uma reação forte contra isso.

A propaganda oficial é: quem tem mais, paga mais; quem tem menos, paga menos. Trata-se de uma meia verdade. Essa lógica é válida quando comparamos a classe média com a classe trabalhadora precarizada ou com os excluídos miseráveis. A classe média vai pagar mais. Mas há algo escondido por detrás dessa lógica.

Um dos propósitos do novo capitalismo financeiro mundial é liquidar com os médios e pequenos proprietários (fazendeiros, indústria e comércio) assim como com a classe média. Eles não fazem parte das elites do poder.

A reforma da previdência tira de todo mundo e preserva os grandes poderosos, com renúncias e isenções previdenciárias, não cobrança das suas dívidas etc.

As castas que verdadeiramente dominam o Brasil e o mundo são os beneficiários da primeira parte da profecia de Mateus: “Todo o que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância”.

Toda abundância é para aqueles que controlam os recursos e os orçamentos das nações. São os que vivem da quebradeira geral (dos governos deficitários, dos proprietários pouco capitalizados e do povo endividado).

Na reforma, os velhinhos pobres estão sendo levados para o “curral da morte”. Talvez esse seja o bode mais evidente posto na sala dos debates da nova previdência. O bode é posto na sala exatamente para se poder negociar.

Paga-se hoje para os velhinhos pobres e miseráveis com 65 anos ou mais um BPC (Benefício de Prestação Continuada). É a aposentadoria (pensão) dos idosos. Um salário mínimo por mês.

Nosso salário mínimo é, do ponto de vista das necessidades e carências humanas, ridículo. Mas qual é a proposta do governo? Pagar apenas R$ 400 reais para pessoas a partir dos 60 anos e em condição de miséria. A partir dos 70 anos o valor seria o salário mínimo.

Se nossa expectativa de vida alcançou agora 74,4 anos (conforme o IBGE), é muito difícil que um velhinho pobre e miserável, que passou a vida em condições precaríssimas, alcance os 70 anos. O valor de R$ 400 reais entre 60 e 70 anos significa um “curral da morte”. É mais um auxílio-funeral que um benefício.

Tudo isso é de uma crueldade sem precedente. Os especialistas estão dizendo (veja Estadão 22/2/19) que, na verdade, trata-se de um bode colocado na sala para negociação. Meu voto é pagar aos idosos (60 anos ou mais) pobres e miseráveis uma quantia mensal decente.

A proposta de R$ 400 reais para os velhinhos é aberrante, mais ainda quando se sabe que os caloteiros da previdência sonegam bilhões de reais por ano e não são devidamente cobrados. Ou contam com renúncias fiscais e previdenciárias bilionárias. Contra esses nada foi anunciado de oficial até agora.

A reforma da previdência, que será muito debatida e seguramente vai acontecer, nesse ponto, propõe a aniquilação física dos velhinhos pobres e miseráveis. Não podemos concordar com esse ponto, disse o líder do PSDB, Carlos Sampaio (Folha 27/2/19). Meu voto será pela rejeição dessa crueldade, buscando-se uma alternativa equilibrada.

LUIZ FLÁVIO GOMES, professor, jurista e Deputado Federal Contra a Corrupção. 

Comentários

  1. Umberto Alves da Silva disse:

    Parabéns, realmente é uma injustiça o que querem fazer, vamos mudar pedindo o apoio de todos os parlamentares.

  2. Edílson disse:

    Meu caro deputado e professor, tu nos orgulha com a sua atuação ativa e lucidez fenomenal!…saude, força e paz👍🏼

  3. Rafael de Souza da Silva Capucho disse:

    Deputado Luiz Flávio Gomes, acabei de ler seu artigo sobre a reforma da previdência, e me deparei que você afirmou que não se cobra os devedores da previdência, no entanto, no texto que vocês têm acesso, acredito que possua medidas de cobrança dos devedores. Nenhum governo teve coragem de cobrar os devedores, agora o atual presidente vai propor medidas para cobrar os devedores, claro que não será os 400 e poucos bilhões, até porque não dá para cobrar alguém que já não existe mais, mas o que der para cobrar será cobrado, o que passa um pouco de 130 bilhões, então já que você cita a palavra de Deus, vamos começar a falar a verdade integralmente.

  4. Wallace Taylor disse:

    FAZ SENTIDO, PROFESSOR LUIZ FLÁVIO GOMES, QUANTO NATIVOS BRASILEIROS, COMPARTILHAMOS DO MESMO ENTENDIMENTO.

  5. Julia mourelle disse:

    Reforma cortando todos os privilégios dos parlamentares em geral, com certeza viveremos um país mais justo.

  6. Adilson Wippel disse:

    Professor LFG se eu fosse eleitor paulista eu votaria sempre no senhor !

  7. REJAINE disse:

    Bom dia Professor, Dr. Luiz Flavio Gomes .
    Obrigada por sua disponibilidade , nos informando e orientando.Realmente desnecessário no tocante ao que se trata dos velhinhos ..como esta já é dificil ..então pra que piorar ? essa proposta não passa ..pois retroage para piorar a vida ..quando se fala em cobrança dos devedores eu levanto a bandeira do Imposto Sobre Grandes Fortunas que deveria vir junto a #NovaPrevidência…seria um divisor de água e o Congresso não aceita esta discussão .

  8. Luiz Sergio Amarante Simões disse:

    Muito bom LFG saber que o seu voto será em prol do povo.
    “Meu voto será pela rejeição dessa crueldade, buscando-se uma alternativa equilibrada.”
    A questão é saber, nesse momento crucial da reforma da previdência, quais são essas “alternativas equilibradas” e principalmente seu efeitos em termos de valores numéricos. Por exemplo, a questão da cobrança imediata e efetiva dos inadimplentes com o INSS, que compensaria o deficit de um ano da previdência. A alegação de alguns conservadores é que seria um paliativo é válida pois seria uma compensação para apenas um ano, porém do ponto de vista moral tal medida teria que implantada e efetivada imediatamente. Além disso ganharíamos um ano, aproximadamente tempo que vai tomar para a discussão da reforma.
    Gostaria de saber quais as propostas que plausíveis que estão sendo apresentadas para equilibrar o sistema de financiamento da previdência e que evitem que ocorra o dito bíblico “mas ao que não tem, até aquilo que tem ser-lhe-á tirado”. Qual a estratégia dos deputados, que lutam pelo povo, para encaminhar estas propostas?

  9. Janduir Pessoa Silva disse:

    Deputado Luiz Flávio, pelo que li na proposta de reforma da previdência(A Nova Previdência) é a criação de um novo regime de financiamento, que é o da capitalização. Pois a nossa população envelhece, e a quantidade de velho vai ficar maior que de jovens, que podem contribuir. Porém os jovens em idade produtiva não contribuem, pois não tem emprego, e essa população jovem tem ido para o mercado bem mais tarde. Sinceramente todas as pessoas que conheço e que são aposentadas, tem mais de 65 anos, exceto aqueles que tem empregos publico de alto nível. Espero que o senhor tenha boas ideias, e possa trazer a sua contribuição a nação. Abraço.

  10. José Ailton disse:

    Pois é meu admirado professor não me parece que a nossa constituição é bem tratada por nossos representantes, pois ao ler o seu discurso fico pensando no ART 7 Inc IV que diz que o salário mínimo deverá atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família. Se o nosso glorioso STF é capaz de dar um jeitinho de driblar este direito fundamental o que não fará para continuar alimentando as loucuras de nossos políticos e garantindo os seus altos provimentos?

  11. Flávia Souza disse:

    Professor, a reforma deveria ser quanto a Seguridade Social. A previdência é contributiva, todo trabalhador paga para adquirir o direito de se aposentar, onde estaria o rombo? Enquanto a assistência e a saúde não são contributivas. O BPC é um benefício assistencial e o gasto está no caixa da previdência?

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