Renan, um oligarca representante da velha ordem colonial (extrativista, escravagista, patriarcalista, autoritária, “cordialista” e patrimonialista), que governa o Brasil a partir de um restrito clube de barões-ladrões, é a negação frontal, aos olhos da população majoritária, de tudo que ela pretende da “nova política”, fundada em valores éticos e morais e práticas reiteradas de decência.
A sociedade civil brasileira não suporta mais o desleixo e os desmandos das elites perversas do poder (público e privado, do Estado e do Mercado), que estão roubando e, ao mesmo tempo, destruindo o país, sendo disso uma amostra impactante os cadáveres de lama de Brumadinho e Mariana.
Para evitar novas tragédias no Brasil, o afastamento cautelar da diretoria da Vale, em respeito às vítimas e para evitar um possível desaparecimento de provas, se mostra adequado, mas convém recordar que o afastamento de Renan Calheiros do Senado assim como da disputa da presidência da Casa, pelas mesmas razões invocadas por ele, tornou-se também uma medida urgente.
Por não inspirar confiança, Renan, que tem todo um histórico de vida recheado de tramoias, conluios, conchavos e investigações criminais, está sendo rejeitado tanto pelo clube das elites do poder (oligarquias que mandam no Brasil), como pela maioria dos eleitores que, apesar da excelente faxina em 2018, ainda não eliminou da política todos os que mereciam isso.
Seu recente apoio dado às movimentações bancárias suspeitas de Queiroz e de Flávio Bolsonaro revela, para além do seu perfil oportunista, que sua eleição para a presidência do Senado seria uma outra desgraça coletiva, um infortúnio desastrado e uma afronta ao que o eleitor majoritário expressou nas últimas eleições.
Ele representa a “velha política” de práticas intoleráveis e abomináveis e pouco republicanas.
Sua refutação contundente pela grande mídia “comprada” assim como por alguns intelectuais influentes “vendidos” (ambos fazem parte das elites larápias do poder) é sinal de que ele não é confiável para fazer tramitar no Congresso as medidas tendentes a preservar o poder dos barões-ladrões e seus privilégios perversos assim como a impunidade dos seus ganhos ilícitos.
A grande mídia rechaça Renan dizendo “que o Brasil precisa retomar o crescimento econômico, que os empregos têm que voltar e que a renda dos brasileiros precisa aumentar”. Tudo isso é verdade do ponto de vista da população. Mas não passa de camuflagem argumentativa quando verbalizado pelas elites do poder, que só pensam nos seus exclusivos interesses e privilégios.
A renovação de 85% dos senadores em 2018 constitui sinal eloquente do que as urnas querem. Nós temos que evitar a desmoralização do Senado e do Congresso Nacional.