O Instituto Luiz Flávio Gomes iniciou a atuação como investidor social em fevereiro deste ano, com a publicação da sua 1ª chamada pública para seleção de projetos. O resultado foi divulgado em março e nesta quinta-feira, 6 de maio, a equipe realizou a transferência de R$ 30 mil para os empreendedores sociais da Firgun Tecnologia; R$ 40 mil para o Instituto Reciclar e R$ 30 mil para o Instituto Bússola Jovem, que receberá a doação de 13 notebooks.
Confira abaixo um resumo do trabalho social realizado por cada uma das três organizações selecionadas e como elas pretendem qualificar suas iniciativas a partir desta parceria.
O Instituto Reciclar foi fundado em 1995, no Bairro Jaguaré, zona Oeste de São Paulo, por meio da união de um grupo de empresários que buscavam implementar um programa transformador economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Na época, a carência de iniciativas de sustentabilidade foi campo para uma ideia inovadora.
A metodologia atual de trabalho foi implementada em 2017, levando em conta as novas necessidades, tendências do mercado e mudanças gerais. Desde então, o Reciclar atua com o objetivo da formação integral do jovem, considerando desenvolvimento de habilidades socioemocionais, elevação da escolaridade (suporte a conteúdos da educação formal e processo de formação técnica), criação do projeto de vida, bem como contribuição para o acesso ao mercado de trabalho.
É desta forma que o Instituto Reciclar busca promover a inclusão produtiva do seu público e em sua metodologia, utilizando de oficinas, apoio para a escolha da profissão e definição de um plano para construção de uma carreira sólida, cursos técnicos, encaminhamento profissional e mentoria.
O Gerente de Desenvolvimento Institucional do Instituto Reciclar, Tiago Ferreira Lins, explica que a parceria com o Instituto Luiz Flávio Gomes traz uma perspectiva de relevância do investimento social privado. “Ver grupos de pessoas se organizando e trabalhando em rede com organizações sociais, entendemos, é uma forma de buscar soluções para os maiores problemas de nossa sociedade em que, de maneira colaborativa, conseguimos atuar. Há benefícios da parceria, de viabilizar a iniciativa, mas há também um posicionamento do Instituto Reciclar, do Instituto Luiz Flávio Gomes, de se preocuparem com as maiores problemáticas do nosso país e buscar soluções”.
Com o apoio do Instituto Luiz Flávio Gomes, o Instituto Reciclar pretende beneficiar 130 jovens pretos e pardos por meio de um processo de desenvolvimento de competências socioemocionais e soft skills; fortalecer a construção do indivíduo e ampliar as possibilidades de acesso ao mercado de trabalho, por meio das sessões de mentoria e apoio à empregabilidade; incluir população parda e preta no mercado de trabalho; combater a evasão escolar; e incentivar a participação de 75% das famílias em atendimentos e eventos de palestras e workshops.
No último ano, dos jovens egressos do programa de atendimento, 96% conseguiram o primeiro emprego (majoritariamente encaminhados pela área de empregabilidade do Instituto Reciclar para processos seletivos em empresas parceiras).
Além disso, 4,8 mil estudantes da rede pública de São Paulo foram beneficiados pela organização por meio da multiplicação da metodologia utilizada no Instituto Reciclar aos professores, ampliando assim a qualificação de agentes que atuam diretamente com a educação pública.
Outras 3 mil pessoas em alta vulnerabilidade social foram beneficiadas pelo Instituto Reciclar com ações ligadas ao combate direto às consequências da pandemia do novo coronavírus, como doação de cestas básicas para a comunidade e kits de higiene pessoal.
O Instituto Bússola Jovem é derivado de outro projeto social em que seus idealizadores entregavam brinquedos uma semana antes do Natal na comunidade do Jardim Irene, região do Capão Redondo, no sudoeste de São Paulo. Apesar da intenção de ajudar por meio do ato, eles perceberam a necessidade de criar uma iniciativa que fosse menos assistencialista e mais consistente, realmente deixando um legado duradouro às pessoas atendidas.
Nasceu assim, em setembro de 2016, o Bússola Jovem, projeto social com foco em jovens de baixa renda. A escolha do público se dá por entenderem que o mais vulnerável devido a fatores como: transição da fase criança para adulta, assédio do tráfico, baixa qualidade de ensino e dificuldade de ingresso em um mercado de trabalho competitivo, independentemente de classe social.
Seu público alvo são jovens de 15 a 18 anos, que estejam cursando ou já tenham concluído o Ensino Médio, moradores do Jardim Irene e/ou imediações. Mas a avaliação é que o impacto do projeto seja muito mais amplo do que estes jovens individualmente, beneficiando as famílias, comunidades e sociedade.
O fundador e presidente do Instituto, Luciano Amato, conta que o apoio do Instituto Luiz Flávio Gomes surgiu na melhor hora, apoiando-os com seu legado, que tem como três princípios: educação, trabalho e carreira, inclusive com apoio individualizado de coaching, psicólogo e assistente social.
“Fazemos uma capacitação com os jovens [cerca de 80h no digital, por conta da pandemia, e 130h presencial], em que incentivamos a autoliderança e a criatividade. Fizemos com eles também a Mandala Ikigai, por meio da qual é possível identificar suas paixões, o que fazem bem, o que querem deixar para o mundo. Dentro da aula eles têm gestão de projetos [beneficiando a própria comunidade, sendo agentes de mudança], tem a parte técnica de Word, Excel e PowerPoint, finanças, Matemática, Inglês, comunicação escrita, comunicação não-violenta”, comenta.
Em paralelo a isso, o time do Bússola Jovem busca vagas de emprego para esses jovens e bolsas de estudo em outros cursos profissionalizantes.
“Fomos em busca da iniciativa privada para que pudessem nos apoiar. Esses jovens tinham dificuldade de acesso na aula online, com internet de qualidade ruim e somente pelo celular. O Instituto Luiz Flávio Gomes nos apoiou e conseguimos a doação de notebooks. Com isso, vamos conseguir aumentar as nossas turmas e dobrar os atendimentos, podendo chegar a 50 jovens atendidos, em duas turmas simultâneas”, acrescenta o presidente Luciano Amato.
A Firgun surgiu a partir da sensibilização com o fato de que o Brasil é um país de maioria pobre, em que 60% dos habitantes fazem parte das classes C, D e E. São mais de 100 milhões de pessoas que vivem com um salário mínimo por mês. Nesse contexto, a missão da entidade é ajudar a reduzir a desigualdade social, facilitando acesso a microcrédito justo para empreendedoras e empreendedores de baixa renda, por meio de uma plataforma de empréstimos coletivos.
Incentivando uma rede solidária, a Firgun Tecnologia conecta as duas pontas: empreendedores que precisam de capital para investir em seus negócios e quem está disposto a investir para promover impacto positivo no país.
O idealizador e fundador da Firgun, Fábio Hideki Takara, conta que a entidade possui um projeto com a Impact Hub e Empreende Aí, onde estruturam um fundo de crédito para microempreendedores, que se chama Fundo Periferia Empreendedora. “Neste ano estamos no segundo ciclo e a nossa intenção é conseguir facilitar crédito para essas pessoas de forma menos burocratizada e com juros mais baixos possíveis. No primeiro ciclo apoiamos empreendedores do Brasil todo. Foram 252 pessoas beneficiadas, 72% mulheres, 65% negros e pardos e 55% delas se diziam com nome negativado”, comenta.
Com o apoio que a Firgun receberá do Instituto Luiz Flávio Gomes, a organização pretende facilitar crédito para empreendedores, com uma política de juro zero: ou seja, o empreendedor que pagar todas as parcelas em dia, as últimas parcelas serão abonadas. “Dessa forma, conseguimos incentivar que esse empreendedor pague as parcelas em dia e, tendo uma menor inadimplência, a gente tem mais recursos voltando para a gente, para que possamos emprestar novamente ou para que tenhamos capital para incentivar outras formas de apoio, como capacitações financeiras e de vendas. E também com relação a criação de comunidades para que esses empreendedores possam conversar entre si e trocar serviços”, destaca o idealizador Fábio Hideki Takara.
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O Instituto Luiz Flávio Gomes reforça o agradecimento a todas as Organizações da Sociedade Civil que participaram desta chamada pública de projetos, com foco na educação profissionalizante e no fomento ao empreendedorismo com vistas em ajudar a reduzir as desigualdades do acesso ao mercado de trabalho.
Continuem acompanhando os canais de comunicação para ficar por dentro de novas oportunidades de parceria.
O legado de Luiz Flávio Gomes permanece vivo e, por meio deste Instituto, segue firme no propósito de transformar vidas por meio do conhecimento e acesso a oportunidades; o compromisso é estimular e investir em práticas educacionais que valorizem o desenvolvimento individual e coletivo.
“Solidariedade nos remete à ideia de que todos pertencemos à uma mesma comunidade. E que fazer a diferença para um dos seus membros, significa melhorar o todo ou construir um mundo melhor”.
— Professor Luiz Flávio Gomes
Outras postagens
Prezados
Soube agora do projeto e queria muito ter participado o meu projeto:
“https://www.instagram.com/p/Cda-_dlLL2v/ – Pessoal, se vcs conhecem alguma organização ou instituição que trabalhe com mulheres vítimas de violência, favor compartilhar o *edital de apoio financeiro* do *Instituto Luiz Flávio Gomes*. Interessados(as) podem se candidatar *até 8 de junho, às 18h* – o resultado será anunciado em 18 de junho.” – Meu projeto Clara Zetkin no site fala sobre nossa atuação https://ongclarazetkin.com/ e queria muito abrir minha ong para dar continuidade no trabalho de atendimento, virtual a nível Brasil, as mulheres em situação de violência que vigora há 3 anos e não tenho condições financeiras para abrir local e ter cnpj. Clara Zetkin, que vem realizando um importante trabalho de inovação social junto ao acolhimento e tratamento multiprofissional das vítimas de violência doméstica. Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pelo projeto Clara Zetkin vem como uma alternativa para sanar tais dificuldades nesse trajeto de busca por ajuda, onde há acolhimento, incentivo para reapropriação de papéis como cidadã de direito e de escolhas. Logo, como consequência, há a possibilidade de emponderar a mulher que busca por ajuda e, assim, romper com o ciclo da violência. E é assim que o trabalho do projeto representa uma inovação social.
Agradeço a atenção dispensada
Fundadora do projeto Clara Zetkin